quarta-feira, 29 de julho de 2015



       LAMENTO ÍNDIO

É noite fechada, e na aldeia não brilha a mãe lua.
Pela mata tupã, vagueia e escuta.
Já não ouve os murmurios de seu povo na noite nua.
Chora tupã, de tristeza pura.
Os que eram reis agora são vassalos.
Morre teu povo nas mãos da civilização.
Agora são eles escravos,
Do branco que não ama a mata.
Não conhece os irmãos,
E que destrói tudo cego de ambição.
Já não brilha o sol na aldeia,
Não há vida, agora reina a morte.
O branco culto e civilizado,
Não valoriza a vida,
Mas sim suas riquezas,
E só para si quer a sorte.
Não procura a  paz, mas sim ouro.
Chora tupã, pois teu povo
Já não mais existe.
E tu não terás mais outro.
O branco o destruiu na solidão,
Que veio ferir teu coração.
Chora tupã, chora,
Não é hoje a tua aurora,
E acabou sua tribo agora.

LUZIA DE MENDONÇA SATIM - PÁGINA 39 - COLETÂNEA FEMININA ' MULHER POESIA HOJE ' - EDITORA ABAETÉ / LIMUS - ORGANIZADOR GINO FREY - ANO INTERNACIONAL DA PAZ 1986 - APOIO FEDERAÇÃO BAIANA DE ESCRITORA. LEIA MAIS - O MELHOR DA LITERATURA DIGITAL BRASILEIRA.

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